Foi justamente nessa época que chegou ao Rio de Janeiro, então
capital federal, um menino de 17 anos, vindo de Curvelo, Minas Gerais. Seu nome
era Alceu de Paula Penna e sua idéia era vencer na vida como desenhista.
O primeiro veículo importante a publicar seu trabalho foi O
Jornal, também de Assis Chateaubriand. Com isso, ele acaba tendo acesso à
redação de O Cruzeiro, que pertencia ao mesmo grupo. Um dia, Alceu Penna se
enche de coragem e mostra ao secretário de redação da revista, Accioly Netto,
alguns trabalhos que ele vinha fazendo para que servissem como capa de O
Cruzeiro.
No final da década de 1930, as pin-up girls já haviam invadido a imprensa americana e Accioly resolve encomendar a Alceu Penna uma série de pin-ups brasileiras. O desenhista já tinha interesse no assunto e assim surgiram As Garotas do Alceu, um sucesso que atravessou duas décadas e meia.
Como estilista, Alceu Penna assina suas primeiras criações para shows e espetáculos teatrais, já na década de 1930. É responsável pelo figurino dos espetáculos do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, além da decoração e das fantasias para bailes de carnaval.
O interessante na biografia de Alceu Penna, que é considerado como grande colorista, é o fato de ele ser daltônico. Isso porém, não é problema para o artista, que utiliza o recurso de marcar por escrito as cores nos tubos de tintas.
Nas cada vez mais frequentes viagens ao exterior, conviveu com figuras como Pierre Cardin e Yves Saint-Laurent. Alceu Penna faleceu em janeiro de 1980, poucos dias depois de ter completado 65 anos.
Fonte: Memória Viva e jornal Folha de São Paulo e Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais.